"Dispositivos eletrônicos para fumar são prejudiciais à saúde e causam dependência", diz especialista

Por Portal Opinião Pública 10/06/2022 - 12:16 hs
Foto: Divulgação

Camuflados por vários sabores e aromas, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) - cigarros eletrônicos, vaporizadores e cigarro de tabaco aquecido -, parecem ser uma boa alternativa para o cigarro convencional e inofensivos à saúde. Mas a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia são a favor da manutenção da RDC 46/2009, que se posiciona contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar.

De acordo com o pneumologista Valter Eduardo Kusnir, do hospital Santa Casa de Mauá, esse tipo de tabagismo causa dependência à nicotina, câncer e doença pulmonar grave. “É trocar um cigarro pelo outro, já que os dois possuem nicotina e são uma porta de entrada para o tabagismo. É preciso alertar e conscientizar que esses dispositivos para fumar também não reduzem os danos causados ao organismo e não é uma opção de tratamento para parar de fumar”, orienta o pneumologista.

Os jovens são os mais atraídos pelos dispositivos, que têm várias formas, designs, cores e tamanhos e, normalmente, levam essência, nicotina e outras substâncias tóxicas e químicas, inclusive as cancerígenas para o pulmão, a bexiga, o esôfago e o estômago. Outro alerta é para o risco de explosões do aparelho e intoxicação.

A inalação de todas essas substâncias, mais a nicotina e o líquido presente nos DEFs também aumentam o risco de acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em mulheres que usam pílula anticoncepcional; infecções pulmonares; dermatite; câncer, além de outras doenças cardiovasculares. Já os homens têm duas vezes mais riscos de sofrer de disfunção erétil em relação aos que não utilizam.

A doença pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico, a Evali - sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico - denominada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos -, causam uma reação inflamatória, fibrose pulmonar, pneumonia e insuficiência respiratória.

“A inflamação ocorre porque a fumaça quente dos dispositivos chega a atingir 400ºC, além de riscos como enfisema pulmonar, a inflamação dos brônquios, a pneumonia e o derrame pleural. O tabagismo é uma dependência química e para isso existe tratamento multidisciplinar com orientação médica”, explica o pneumologista Valter Eduardo Kusnir.