Candidato do PT a Prefeitura de Mauá, Marcelo Oliveira explica suas ideias para a cidade

Por Portal Opinião Pública 08/10/2020 - 10:56 hs
Foto: Edu Guimarães / Divulgação
Candidato do PT a Prefeitura de Mauá, Marcelo Oliveira explica suas ideias para a cidade
Marcelo Oliveira foi eleito vereador na cidade em três pleitos consecutivos e já presidiu a Câmara

 

O vereador Marcelo Oliveira, candidato a Prefeitura de Mauá pelo PT (Partido dos Trabalhadores), é o segundo entrevistado de uma série de conversas exclusivas entre os candidatos a Prefeitura e o Jornal Opinião Pública sobre as principais necessidades da população mauaense.

Sentindo-se preparado para esse novo desafio em sua carreira política, o parlamentar, que atualmente cumpre seu terceiro mandato na Câmara Municipal, explicou quais são suas ideias e propostas para áreas como saúde, educação, transporte, geração de empregos, entre outras. Confira o bate-papo abaixo. 

Jornal Opinião Pública - A saúde é uma das principais preocupações da população mauaense no momento. Como é possível melhorá-la tanto em estrutura quanto no serviço que é prestado? 

Marcelo Oliveira - A saúde foi uma das áreas mais atingidas pelos desmandos do Atila. A irresponsabilidade do prefeito no combate à pandemia do novo Coronavírus, por exemplo, colocou a cidade dentre as primeiras nos números de infectados e de óbitos pela doença, inclusive com suspeitas de superfaturamento na instalação do hospital de campanha. Para melhorar a saúde é preciso compromisso com a vida, com a população de Mauá. Entre as ideias para a melhoria da saúde na cidade estão a realização de um concurso público para a contratação de mais médicos, a informatização do sistema de saúde como forma de agilizar e modernizar o atendimento e a busca de recursos junto aos governos estadual e federal, além de repasses via emendas parlamentares para a ampliação e o custeamento da saúde de um modo geral. Também trabalhamos pela criação de uma quinta UPA na cidade. Queremos revolucionar a saúde, acabando com a falta de medicamentos e diminuindo as esperas por exames. 

JOP - Muitos pais reclamam sobre a falta de vagas em creches da cidade. Qual caminho pode ser seguido para resolver esse problema? Além disso, é possível que pós-pandemia, a cidade sofra com a migração de alunos da rede particular para a pública. É possível atender essa nova demanda que deverá se formar? 

MO - Essa é outra área bastante atingida pela péssima administração Atila Jacomussi, com total descompasso do atual governo com as demandas da cidade. Para avançar na educação de Mauá, vamos enfrentar e resolver a demanda de falta de vagas em creches e pré-escola através de estudos que deverão nos orientar sobre as demandas por vagas em cada região da cidade. Sabemos que essa demanda é de 4.500 vagas e vamos resolver isso, como fez Oswaldo Dias, que construiu 22 escolas e cuidou da educação como ninguém jamais fez por Mauá. Para melhorar a educação vamos também ampliar o atendimento no EJA (Educação de Jovens e Adultos) e na educação especial, além de retomar o programa “Escola Aberta”. O município deve propiciar as condições para combater a evasão escolar através da participação da comunidade escolar na gestão dos equipamentos educacionais e criar programas de acesso de estudantes ao ensino superior e estágios. 

JOP - O que precisa ser feito para melhorar o serviço de transporte público coletivo e a estrutura dos terminais rodoviários em Mauá, outro setor que gera muitas reclamações da população? 

MO - Em decorrência do processo histórico de ocupação irregular que marcou a construção da cidade, a questão da mobilidade urbana é um grande desafio para Mauá. Dentre nossas ideias está a retomada dos projetos das marginais para desafogar o tráfego nas principais vias da cidade, melhorar os passeios públicos e criar ciclovias. Para o transporte público, a prefeitura deve promover uma fiscalização mais efetiva das empresas e dos itinerários, bem como dos horários de cada uma dessas linhas. Vamos cobrar do governo do Estado a melhoria dos serviços prestados pelas empresas que servem as linhas intermunicipais e a integração do transporte municipal com a CPTM; também é necessário que o município realize estudos para verificar a necessidade da construção de novos terminais, bem como uma ampla reforma e modernização do terminal rodoviário central. Vamos também discutir a passagem de ônibus com tarifa social para a faixa de vulnerabilidade social da nossa população. 

JOP - Quais são as políticas públicas que podem ser usadas para levar uma sensação de segurança maior aos munícipes? 

MO - Uma das grandes prioridades do próximo governo para a área da segurança pública é o investimento na capacitação da Guarda Civil Municipal, além da aquisição de equipamentos e viaturas. Temos que viabilizar um mapa, um diagnóstico da violência na cidade e estimular os serviços integrados de inteligência das policias em combate à violência. Para isso, é preciso desenvolver ações para ampliação do efetivo da GCM e a curto prazo retomar o projeto de Gabinete de Gestão Integrada de Segurança desenvolvendo ações integradas de prevenção e de combate à violência. Como forma de garantir a segurança essas são as propostas, mas também é preciso garantir a participação popular na gestão dessas políticas de segurança pública, quando pretendo restabelecer o Fórum Municipal de Segurança e trabalhar pelo fortalecimento dos Conselhos de Segurança. O vídeo monitoramento também terá destaque em nossas ações e as bases de segurança serão móveis, melhorando assim os índices de controle da segurança pública.  

JOP - Especialmente após a pandemia temos visto um número crescente de pessoas que estão desempregadas ou trabalhando na informalidade. Quais meios podem ser utilizados para gerar mais empregos na cidade e aproveitar melhor o potencial do polo industrial da cidade? 

MO - A crise econômica no Brasil já era verificada antes da pandemia, que por sua vez provocou um agravamento da situação. Em Mauá, somados a esses problemas de ordem conjuntural ainda vivemos as consequências do conturbado processo político, marcado por instabilidade, prisões, impeachment, trocas constantes de prefeito e secretários, entre outros problemas. Essa instabilidade causou enormes prejuízos ao município em todas as áreas. Para além da reconstrução da cidade, nosso maior desafio será o resgate da credibilidade do município para atrair empresas e gerar empregos, um pacto pelo emprego, onde inclusive já apresentei duas propostas: a luta pela instalação de um terminal de distribuição de combustíveis e de um polo de cosméticos na cidade. Mauá precisa atrair investimentos e buscar novos modelos produtivos para enfrentar a crise, com geração de empregos, renda e receitas para o município. A modernização, ampliação e diversificação dos polos industriais da cidade (Capuava e Sertãozinho) certamente contribuirão para a retomada de nosso crescimento e terão papel decisivo para vencermos a crise do desemprego que atinge nossa cidade. Certamente há debate e espaço para avançarmos no combate ao desemprego. Durante a campanha apresentarei mais projetos de geração de emprego para Mauá. 

JOP - O que pode ser feito em Mauá para levar mais opções de cultura, esporte e lazer para os munícipes, principalmente para os jovens? 

MO - Em primeiro lugar precisamos resgatar a autoestima do povo e seu orgulho de viver em Mauá. Nossa imagem enquanto município foi muito prejudicada, o que afastou investimentos, recursos, instalação de novas empresas e empregos, inclusive na chamada “indústria cultural”. Em nossos governos a cultura, o esporte e o lazer do povo foram estabelecidos como política pública, trazendo grandes benefícios para a população, sobretudo para a parcela mais jovem. As obras e realizações dos governos petistas de Oswaldo Dias como o teatro municipal, o shopping, os ginásios de esportes, quadras, academias ao ar livre e tantas outras ampliaram as opções locais para a juventude mauaense em cultura, esportes e lazer. É preciso mais, é preciso desenvolver programas que estimulem a descoberta de talentos culturais e esportivos através das escolas de iniciação esportivas nos bairros, valorizar atletas de rendimento que representam a cidade, melhorar e transformar o Parque da Juventude para melhor atender nossos jovens. O nosso plano de governo tem ampla participação da juventude em seu processo de elaboração, jovens comprometidos com o futuro.  

JOP - Mauá possui muitas famílias vivendo em situação irregular e também em áreas de risco. Você possui alguma política para melhorar essa situação? 

MO - Assim como em todas as áreas da administração pública, a questão da habitação também deve ser construída como política pública por parte do governo, que por sua vez deve criar as condições para que as demandas por moradia e os processos de ocupação obedeçam às regras estabelecidas em leis que organizem essas ocupações urbanas de maneira planejada, coibindo ocupações irregulares que tantos prejuízos trazem à população como um todo, com gravíssimo perigo para aquelas pessoas que ainda habitam áreas de risco. Em suma, o município deve buscar recursos federais e estaduais para a construção de moradias populares e na urbanização de comunidades já estabelecidas, fortalecer a fiscalização para inibir novas ocupações irregulares, em áreas de risco e desenvolver projetos de regularização fundiária, para resolver irregularidades e cessão de matrícula da moradia, conforme o estatuto das cidades. 

JOP - Ainda existe uma deficiência na cidade com relação a serviços urbanos simples, como iluminação pública e tapa-buracos. O que pode ser feito para diminuir esses problemas? 

MO - Assim como em praticamente todas as áreas da administração municipal, os chamados serviços urbanos também sofrem com a cidade suja, ruas esburacadas, com mato alto, praças abandonadas e outras provas de abandono. É preciso revitalizar e adequar a malha viária da cidade e promover a recuperação de vias com aplicação de novas técnicas para operação tapa-buraco, sem essa lógica de camada fina que vai embora com a chuva e definições de ações para as vias sem asfaltamento, implementar o plano municipal de drenagem, considerando dragagem e limpeza dos rios, limpeza dos piscinões, limpeza e desentupimento de bocas de lobo e bueiros; desenvolver o programa de iluminação e limpeza pública, com implantação de lixeiras, operação cata-bagulho e ações que envolvam a participação popular.