Editorial – Lentidão agonizante

Por Portal Opinião Pública 19/11/2025 - 15:48 hs
Foto: Corpo de Bombeiros-MG / Divulgação

As vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, conquistaram uma pequena vitória no final da última semana. Na sexta-feira passada (14), a justiça inglesa condenou a empresa BHP, uma das acionistas da Samarco, pelo desastre ocorrido há dez anos, em novembro de 2015. Uma nova audiência está marcada para outubro de 2026, onde deverão ser definidos os valores das indenizações a serem pagas, ainda que a empresa recorra da decisão.

Entretanto, mesmo com a decisão da justiça inglesa condenando uma das empresas envolvidas no caso, vemos uma morosidade enorme no que diz respeito a responsabilizações, já que no Brasil, nenhuma condenação foi aplicada, apesar de o maior desastre socioambiental da história do país, vitimando fatalmente 19 pessoas e interferindo diretamente na vida de milhares de brasileiros, ter acontecido há uma década.

A justiça brasileira deveria agir com maior celeridade neste caso (e em outros também), pois todos aqueles que foram afetados pela tragédia precisam obter respostas satisfatórias e que ajudem a aplacar o desgaste causado por essa tragédia em tantas pessoas, que estão a mais de 3.650 dias aguardando por um desfecho. Mas, sem uma resolução do caso, a impressão que fica é de que pouco importa o que ocorreu.

Por mais que a decisão da justiça inglesa tenha sido favorável, por ora, às vítimas deste desastre, é preciso manter uma postura combativa junto à justiça brasileira para que os responsáveis por esse triste episódio em nossa história sejam devidamente apontados e paguem dentro do que prevê a legislação o mais rápido possível.